segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Tempo e a Lembrança-por Léo Poeta

Eu tenho contado com o que o dia tem me dado e a noite a me oferecer,
muito tenho esperado pela brisa que veio me entorpecer.
Depois de um período de fartas brisas com dias e noites majestosas,
calaram-se as aves, cessaram-se as brisas e os dias e noites passaram
a ser apenas claro e escuro; nada mais importa.
A vida é só um período de passagem onde se vive inteiro ou pela metade, e morrer
é apenas parar no tempo, algumas vezes a morte leva o corpo, outras vezes só a alma e tudo aquilo que nos faz ser o que somos.
Cada um de nós carrega em si a força capaz de construir e destruir, o modo como aplicamos as duas é que determina a nossa realidade interior e exterior.
Cada vez que olhamos para dentro de nós mesmos, e não somos capazes de retroceder ou proceder, não construimos e nem desconstruimos, nos tornamos apenas um nada, que veio do nada e vai para o nada.
Nunca quis ser apenas um nada, ser apenas uma lembrança, seja ela boa ou ruim, pois de qual quer modo é apenas uma lembrança.
Sempre vivi de modo a fazer com que minha vida não fosse apenas uma lembrança, mas parece que no fim é tudo que conseguimos, apenas ser ou não ser, uma lembrança.
Se é para ser uma vida,
que seja boa!
Se é para ser boa,
que seja linda!
Se é para se lembrança,
que seja sua!
Se é para ser lembrado,
que seja vivo.
(Léo Poeta-2007)

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