sábado, 31 de outubro de 2009

Se eu fosse vc não olhava assim!!!

Se eu me calo as vezes é apenas para não ser só uma voz, se eu me calo as vezes, seja como for é só um calar, se eu me ausento as vezes não é só ausência é também saudade, se eu sou as vezes o que te incomoda, não quero ser incômodo e nem fazer moda, quero ser caju mas caju tem noda. Se eu sou a tela para o seu desenho, sou também o pó que mancha sua mão, se eu sou a taça, quebrar não tem graça e graça sempre traz perdão. Se eu sou o chão que pizas pra andar, posso ser a pedra que vai tropeçar, tire a pedra e você não vai parar, você vai andando e andando apenas vai chegar.
Se eu fosse um sonho estava em pensamento, se eu fosse o vento sopraria a ti, se eu fosse o ir iria e voltava como vou e volto sou apenas seu. Se o mundo fosse apenas um querer eu queria estar apenas onde estou, se eu sou assim, seja como for, queira apenas isso, nisso vou soprando minha existência, minha decadência faz parte de mim. Não confunda eu com o que você ver, seja como ver, veja e viaje em uma passagem que se vai e vem, se eu sou alguem, pense que porém posso ser ninguém. Se as vezes você se calar, cale mas comigo pode se confabular, quem se esconde mora dentro si próprio sem deixar entrar. Você tem coisas que se ver se sabe, sabendo sempre onde se cabe, que seja hoje igual ao fim, se sou por ti ao menos a metade do que pensas sei que quase nado sou, sei que se fosso fácil, seria apenas ser. Se a luz que te faz conduzir, faz sentir o que te faço sempre, como se fosse algo altaneiro, o verdadeiro sonho construído, segue no rumo que já foi vivido, como se a gente fosse capaz de decidir algo já decidido. Se pensar nisso te faz alterar, altere o tempo que fez tudo mudar, coordene a soma que faz crueldade, torne capaz de se iludir, iluda, porque a paz é sempre miúda, principalmente quando há saudade se há saudade há também verdade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ame mesmo sem saber dizer.

Não posso dizer que te amo,
embora eu sinta,
só posso dizer não te quero,
embora eu minta.
do que adiante dizer
se você, quem sabe até sinta.
De carência movida,
e de mim duvida,
que seja feliz.

Não posso dizer eu te amo
apenas porque, vc acha bunito,
mas posso te dar minha vida,
que seja movida, até infinito.
Não diga, não faça e não seja
somente o que eu digo,
Não precisamos ser deferente,
apenas se a gente sofrer
por castigo.

Não importa o que eu diga
o que eu faça, o que veres
ou pensas ainda não sou,
o que sinto em verdade,
nem mesmo metade
se ver de onde estou.
Só posso dizer,
o que digo a você,
lembre-se quem falou.

A todo momento
eu escuto em silêncio,
alguém eu te amo,
Sem pensar o que importa
sai e fecha a porta,
mudando de plano.
Eu te amo hoje em dia,
parece bom dia
de juras e engano.

Nunca fui exemplo
de vida e de sonho
pra ser aplaudido,
Não quero sucesso
somente o que peço
peço bem pouquinho
não escondo o que sou
falando de amor
pagando de ajinho.

Talvez eu te entenda
e até compreenda,
o que não posso fazer,
amar sem que aprenda
se vive, se renda
se saber só ser,
que ame e que diga,
com beijo e sem briga
sem te que dizer.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Oitiva da atualidade

A violência, a fome e o crime tomaram conta do mundo, atualmente não se sabe onde começa o crime e onde termina o poder público, pois ambos andam de mãos dadas a muito tempo.
A contra-versão sempre existiu na história do homem, basta analisar cuidadosamente a formação histórica das civilizações que entenderemos a gana do homem, por sair na frente a qualquer custo. A grande diferença com a situação atual é que hoje há uma despudorada falta de respeito mutuo, entre contra-versão e poder público instituído, digo falta de respeito porque mais parecem rivais um do outro em disputa por território. A todo momento escutamos através dos veículos comunicativos a divulgação de chacinas, assassinatos, rebeliões, queima de arquivos, tráfico de drogas, corrupção, guerras de gangues, confrontos entre poder público e poder paralelo do tráfico, além de sequestros e todo tipo de violências imagináveis e inimagináveis. A banalização da vida é uma coisa tão presente no nosso cotidiano, que as pessoas referem-se ao poder do crime organizado como se fosse normal uma atrocidade dessas, olhem o que se ouve hoje nos telejornais: Poder público, poder paralelo, crime organizado, força do tráfico, forças públicas, referem-se ao um bando de traficantes de drogas que matam por nada, como CRIME ORGANIZADO, os caras criam partido, comandam rebeliões sincronizadas, assaltos, sequestros, encomendam assassinatos, negociam com políticos, conseguem armamento pesado e criam redes de informantes e informações, que os colocam não à frente das forças públicas, mas atraz deles os observando, corrompendo-os, matando-os e deixando claro que somos vulneráveis e estamos a mercer de marginais organizados, dentro e fora dos parâmetros legais. Chega doer em mim quando escuto nos noticiários os termos "Crime organizado, quadrilha, poder paralelo, PCC e poder do tráfico" é um insulto para humanidade admitir que pessoas vivendo totalmente na contra-versão, estabeleçam regras, ditem normas e caminhem paralelamente com as instituições desfrutando de poder e disputando espaço nas mídias. Parece que o próprio sistema cria marcas para o crime, divulgando dia a dia suas façanhas e aceitando como natural, que bandidos sejam heróis do submundo, glorificados e preenchendo o horário nobre com exemplos de impunidade e fraqueza do poder público falido e desorganizado, enquanto afanadores da intelectualidade humana multiplicam-se, em nome da verdade absoluta. Só ficarei feliz no dia que um jornalista ao invés de dizer: " hoje o poder paralelo do tráfico desafiou novamente as instituições" diga: "Hoje o poder público instituído desarticulou mais uma tentativa de criminosos de se organizarem, frustrando um possível encontro e aliança entre bandidos, e prenderam os idealizadores e principalmente fornecedores, depois de uma investigação rápida que levou os policiais a garantiram a paz em determinada periferia." Só que ao invés disso, a gente ouve a divulgação de como bandidos são poderosos e organizados, que o poder paralelo existe, que são criadas regras de bom convívio na meio da putrefação social, e essas regras e leis paralelas, (olha só que horror,"leis paralelas") ainda são divulgadas para que um bando não invada o território do outro, e assim a rivalidade não desencadeie uma guerra, e todos fiquem em suas casas fingindo que está tudo maravilhoso, a violência está controlada, e aqui ou ali são locais seguros. Ser seguro! olha só que terrível, somos homens e mulheres livres, o mundo é nossa casa, temos nossas cidades e bairros, e precisamos encontrar lugares seguros para viver. Antes fugiamos dos animais, das feras selvagens, agora nos escondemos de nós mesmos, nossa sociedade é tão covarde que ao invés de criar indivíduos pensantes, cria monstros gananciosos formados apartir de exemplos de dentro do próprio sistema, o sistema é tão estripador do social, que dita as regras do bom convívio, mas mostra uma realidade aos seus compatriotas muito diferente da suposta igualdade que prega a todos, quem nunca pensou em ter bens e poder que atire a primeira pedra, que renuncie a tudo ou prove do veneno servido no copo dos desesperados, desesperados por viver em paz, dignamente, sem andar abaixado dentro casa, sem temer levar uma surra de um agente em parada para revista, desesperado por ver seus direitos de ir e vir serem violados por toques de recolher, suas vidas tiradas por balas que não foram perdidas mas sim, partiram da arma de alguém e eliminaram covardemente uma ser humano embora que descamisado. Somos vítimas da negligência estrutural de uma sociedade culturalmente distorcida em seus valores primordiais, colocamos a cada dia nas ruas um monte de cérebros desavisados que partem das salas de aulas para um mundo sem a menor capacidade de refletir, somos como disse o senador C. Buarque DF: "Incineradores de cérebros" e assim comprometemos o futuro do país, do planeta e até a nossa própria existência.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Apóstrofo

Olho pr'o céu
e o azul me confunde,
e por mais que eu lute
não vou entender,
o desespero
que o infinito causa,
que por sua causa,
causa há de haver.

Ás vezes penso que ser diferente,
isso faz da gente, a gente morrer.
Ás vezes penso em ser anormal,
porque ser normal é anormal dizer.
Eu penso tanto, que pensar me faz,
pensar que jamais, alguém vai entender.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quem?

Quem segue um caminho reto, é visto como exemplo.
Quem segue um caminho novo, é visto como aventureiro.
Quem segue um caminho difícil, é visto como penitente.
Quem leva uma vida casta, torna-se supostamente salvo.
Quem anda "bem" acompanhado diz saber aonde vai.
Quem com mal companhia faz tracho, vive trincheirado.
Quem segue caminhos tortuosos, é visto como louco.
Quem é louco para ser visto como normal as vezes consegue.
Quem é cego as vezes consegue ver além da escuridão.
Quem não saber ser o que é, é apenas o que dizem ser.
Quem consegue estabecer vínculos, vínculado torna-se.
Quem consegue duplicar o que tem, é visto como empreendedor.
Quem consegue duplicar o que sente, as vezes é visto como devasso.
Quem consegue devastar nações é visto como herói.
Quem consegue vender muito de sí, nada tem para entregar.
Quem condena o que jamais sentiu, morrerá amargurado e só.
Quem domina o indomável, poder acordar domado.
Quem sabe, tem a sabedoria á frente da lingua.
Quem pensa que sabe, tem a lingua diante da "sabença".
Quem expropria sua vontade, esfola a própria existência.
Quem desconhece a sí, ignorará eternamente a liberdade alheia.
Quem nunca teve vontade de dizer: "Eu te amo" não deve ter nascido,
e se nasceu e ainda está vivo dever ser um morto andando.
O importante não é QUEM e sim, o que é?.